O Deus que tudo pode

¹⁴ Acaso, para o Senhor há coisa demasiadamente difícil? (Gênesis 18:14a)

Um capítulo nas Escrituras que promove grandemente o atributo de onipotência de Deus e é um queridinho de muitos crentes: Gênesis 18.

Após uma série de mancadas dos personagens da narrativa bíblica, Abraão e Sara, o Senhor se faz visivelmente presente em suas vidas e resolve “lhe aparecer nos carvalhais de Manre.” (v. 1).

Em forma de três anjos, o Senhor os visita e reitera de forma verbal a promessa de outrora:

¹⁰ Certamente voltarei a ti, daqui a um ano; e Sara, tua mulher, dará à luz um filho. Sara o estava escutando, à porta da tenda, atrás dele. ¹¹ Abraão e Sara eram já velhos, avançados em idade; e a Sara já lhe havia cessado o costume das mulheres. ¹² Riu-se, pois, Sara no seu íntimo, dizendo consigo mesma: Depois de velha, e velho também o meu senhor, terei ainda prazer? (Gênesis 18:10–12)

A divina palavra causou tamanho assombro em Sara, que ouvia atrás da porta, que ela se riu em seu íntimo, pois já não podia gerar filhos, considerando o seu relógio biológico natural.

A resposta do anjo, no entanto, não foi empática, mas severa e confrontadora. Ele aproveita para mais uma vez dizer que dentro um ano, Abraão teria um filho em seus braços, e também, deixa claro com uma pergunta retórica que para o Senhor nada há que lhe seja além de Sua capacidade.

¹³ Disse o Senhor a Abraão: Por que se riu Sara, dizendo: Será verdade que darei ainda à luz, sendo velha? ¹⁴ Acaso, para o Senhor há coisa demasiadamente difícil? Daqui a um ano, neste mesmo tempo, voltarei a ti, e Sara terá um filho. (Gênesis 18:13,14)

Em Jeremias, também vemos uma semelhante declaração do próprio Senhor ao profeta:

²⁷ Eis que eu sou o Senhor, o Deus de todos os viventes; acaso, haveria coisa demasiadamente maravilhosa para mim? (Jeremias 32:27)

O DEUS-Homem Jesus, em todo os Evangelhos sinóticos, afirma também essa onipotência divina:

²⁶ Jesus, fitando neles o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível. (Mateus 19:26)

²⁷ Jesus, porém, fitando neles o olhar, disse: Para os homens é impossível; contudo, não para Deus, porque para Deus tudo é possível. (Marcos 10:27)

³⁷ Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas. (Lucas 1:37)

Precisamos testificar em nosso espírito que essa verdade da onipotência divina nos deve consolar e confortar grandemente o coração.

Nossas vidas não estão à deriva, mas repousam em divinas Mãos protetoras e amorosas, e Ele não permite que um só fio de cabelo da nossa cabeça caia sem que isso concorra exclusivamente para o nosso bem.

Avante, cristãos! Ele cuida de nós e promete estar conosco todos os dias da nossa breve vida.

Ele nos tem nas palmas das mãos e Ele nos guia fiel até a morte.

Ele nos transforma à medida que nos purificamos a nós mesmos e nos concede mesmo o querer e o efetuar.

Ele nos renova a mente, nos satisfaz o coração, nos faz provar e ver da Sua bondade redentiva.

Ele transborda amor, despende graça sobre graça, espalha favor e estende misericórdia.

Ele é o Deus que tudo pode, a quem ofendemos quando não cremos “que Deus pode fazer obras que o nosso entendimento não alcança.”, que deseja que a Ele peçamos com fé, em nada duvidando, entendendo que servimos a “um Senhor tão grande que opera maravilhas muito além da nossa compreensão”, e que trabalha por meio da nossa fraca instrumentalidade.

Saibamos, entendamos, creiamos e vivamos em nosso dia-a-dia ordinário o poder que emana da Cruz e nos permite dizer e viver de fato e de verdade, com confiança e ousadia “Tudo posso naquEle que me fortalece.”.